A chapa vai esquentar…

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

3 de Junho

Se confirmado a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci para os juízes da Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode se complicar um pouquinho mais. Tudo porque Palocci foi o elo entre muitos negócios envolvendo o Lula e alguns membros notáveis do Partido dos Trabalhadores desde o ano 2000, quando era então prefeito de cidade do interior paulista. É o que ele prometeu aos juízes da força tarefa da Lava Jato em Curitiba caso aceitem algumas regras para a sua delação, a começar por sua prisão domiciliar pois parece que não gosta muito de prisão. É aguardar pra ver a chapa esquentar para Lula e muitos empresários milionários.

A chapa vai esquentar II

Quem pode se enroscar ainda mais é o presidente Michel Temer (PMDB), agora que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin autorizou a Polícia Federal a interrogá-lo no caso das gravações dos donos da JBS – irmãos Joesley e Wesley Batista dentro do palácio do Jaburu. O caso é o dos 500 mil reais que o deputado paranaense Rocha Loures, foi filmado recebendo uma mala com dinheiro e depois repassando-a ao presidente Temer. Loures é tido como homem de confiança do presidente e tinha foro privilegiado até dias atrás. Caso não retorne a Câmara, o deputado pode ser uma grande pedra no sapato de Temer…

A chapa vai esquentar III

Que ainda está na berlinda é o senador afastado do PSDB, Aécio Neves. Depois das últimas gravações serem liberadas, muita coisa agora pode lhe acontecer nos próximos dias, até perder definitivamente o mandato. A última gravação insinua que a droga que estava no helicóptero de sua propriedade, também era dele, é o que insinuou seu amigo em gravação. Já não bastasse ser afastado por ter recebido dois milhões de reais dos irmãos Batista do grupo JBS, ele terá de explicar também a Polícia Federal sobre esta gravação. Ninguém sabe o que poderá ocorrer daqui para frente. Só depois dos depoimentos é que saberemos alguma coisa, até lá – todos ficarão em silêncio e longe de câmeras e gravadores…

Polícia Federal em S. Caetano

Grupo da Polícia Federal esteve em visita oficial na última quinta-feira de manhã, por conta de investigações da campanha eleitoral de 2012. Será que estavam ligados com o PMDB do município e elegeram o prefeito Paulo Pinheiro? Qual motivo levou a PF vir a São Caetano se o PT dizia na época que não tinha nada a ver com a ligação ao PMDB? – agora cinco anos depois, o Jornal Imprensa ABC estava certo. O Paulo Pinheiro foi bancado pelo PT de Luiz Marinho, por isso tinha inúmeros funcionários petistas de São Bernardo aqui instalados nas secretarias e até como secretário municipal. – Ao que tudo indica é o caso da confecção de material da campanha eleitoral de 2012, que envolveu a gráfica ligada à petistas da região. Como o mundo dá voltas!!!

Policia Federal em S. Caetano II

Além de recolher provas de petistas a Polícia Federal, será que também esteve a procura de um dos membros atuantes da campanha eleitoral de Paulo Pinheiro, só que agora do PMDB, mesmo partido do prefeito, por que tinha outro mandato de busca. Não foi divulgado quem seria, mas se puxarmos na memória do povo que o elegeu e criticou para ver que eram bem poucos os que mandavam no dinheiro da cidade e tiveram participação direta na eleição de Pinheiro em 2012 e continuou a mamar durante os quatro anos de governo mais incompetente na história do município desde a sua criação, quando nada se fez à população, e, ainda destruiu o que estava pronto… Em breve o nome dos cidadãos serão divulgados…

Delatados pelos irmãos Batista

Quem pensava que o grande ABC estaria fora das delações dos irmãos Batistas, donos da JBS se enganou profundamente. Mais uma vez políticos da região foram citados em delação premiada da Lava Jato. Ao todo foram citados nove candidatos que disputaram as últimas eleições em Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá. Como eles tinham muito pouca expressão em nível regional, estadual e nacional, receberam bem pouco dos irmãos Batista, só 748 mil reais. Se tivessem mais expressão política quem sabe investiriam mais neles e quem sabe até poderiam conseguir alguma coisa na política. Os candidatos que eles investiram e acreditaram, foram eleitos, por isso a definição de que os políticos daqui eram inexpressivos e receberam a quantia certa na eleição – migalhas. Não vale nem a pena citar nomes, que a justiça através da Lava Jato os investigue e os destine ao lugar certo se fizeram coisas erradas.

Samuel Oliveira

Samuel Oliveira

Jornalista e conta o que de melhor (ou pior) acontece nos bastidores da política da região do ABC.