Quinta da Regaleira

Se você acompanha o Artescétera sabe que fizemos uma viagem para Portugal no começo do ano e já falamos de vários lugares que conhecemos por lá; Porto, Viana do Castelo, Valença do Minho, Coimbra e Sintra. Em Sintra, passamos apenas um dia e conhecemos três lugares e já falamos aqui de dois deles: Palácio da Pena e Castelo dos Mouros. Hoje vamos falar do último e que foi o mais surpreendente, a Quinta da Regaleira.

O local não é um ponto turístico tão conhecido assim e acaba passando desapercebido por muitos turistas e até para os próprios portugueses. Mas aos poucos está sendo descoberta e cada vez mais visitada.

A grosso modo falando, a Quinta é um palácio (o Palácio da Regaleira) que conta com um enorme jardim (ou parque, não sei), este que, pela grandeza e beleza, acaba se tornando a atração principal do local. Construído entre os anos de 1904 e 1910 a mando do cavalheiro Monteiro, a Quinta possui diversas obras arquitetônicas e deslumbrantes jardins.

Logo na entrada, você recebe um mapa que é muito útil, pois o lugar é enorme. Ao entrar você não sabe muito bem para onde ir, na direita está o caminho para o palácio e na esquerda um caminho bem conservado com alguns bancos. Na indecisão fomos para esquerda (sentido contrário que a maioria estava indo) e avistamos um pequeno lago e uma escada que leva para uma gruta. Fiquei bem em dúvida se ali era mesmo parte da atração ou se era uma zona proibida. Depois de ver alguns turistas saindo também resolvi me aventurar. A gruta, totalmente sem iluminação, passa por trás do lago e é maravilhosa.

No decorrer do caminho você descobre mais grutas (todas escuras), algumas construções com arquiteturas medievais, um outro pequeno lago coberto de lodo com pedras pra você passar por cima como num filme de aventura, um templo com um lustre pra lá de bizarro e diversas outras surpresas que fazem este passeio sensacional.

De todas as “atrações”, acredito que a melhor é o Poço Iniciático, que tem este nome por algumas lendas de que no local era realizado rituais de iniciação à maçonaria. O poço é uma galeria subterrânea com uma escadaria em espiral, sustentada por colunas esculpidas, por onde se desce até ao fundo do poço. A escadaria é constituída por nove patamares separados por lanços de 15 degraus cada um, invocando referências à obra Divina Comédia, de Dante Alighieri, representando os 9 círculos do inferno, do paraíso e do purgatório.

Voltando um pouco ao enorme jardim, é perceptivo que no início ele é mais conservado, bem cuidado. Ao ir subindo ele é mais selvagem, com mais árvores, sem muito paisagismo, mais selvagem. Esta disposição foi desenvolvida propositalmente devido a crença no primitivismo do cavalheiro Monteiro.

O palácio, principal edifício da Quinta, foi o que visitamos por último, já que ele fica bem próximo a saída. Dentro dele algumas obras e algumas salas todas bem decoradas, mas que acabam por ser um pouco sem graça perto do que foi visto antes, mas que ainda assim, vale a pena perder alguns minutos lá dentro.

Como os outros passeios de Sintra, neste fomos de carro. A entrada para adultos custa 6 euros e vale cada centavo. Não deixe de acompanhar o Artescétera nas redes sociais Facebook, Twitter, Instagram e assine o nosso canal no Youtube.