Micro e pequena indústria beira a paralisia total

Pesquisa do Sindicato da Micro e Pequena Indústria aponta contínua queda em índices como demissão, investimentos e acesso a crédito

A 37ª rodada do Indicador de atividade da micro e pequena indústria, encomendada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (Simpi) ao Datafolha, aponta que o primeiro trimestre de 2016 continuou desafiador para as micro e pequenas indústrias. Segundo dados referentes a março, além do elevado número de corte de vagas que já vem ocorrendo desde o ano passado, houve ainda o fechamento de 2,8 vagas, em média, em 20% das empresas.

De acordo com o índice de expectativa, 75% apostam na alta do desemprego nos próximos seis meses, pior índice da serie histórica.

A dificuldade no acesso a crédito é também um fator preocupante.Em março, 35% dos empresários afirmaram que costumam buscar crédito para pessoa jurídica para obter capital de giro quando necessário, mas apenas 14% o conseguiram.

No caso do cheque especial, 14% disseram recorrer a este meio quando precisam, porém, mesmo com os juros altos, 22% o utilizaram, aumentando seu endividamento.

O Índice de Investimentos também nunca foi tão baixo. Em março deste ano, apenas 8% do total de empresas fez algum investimento, seja ele em máquina e equipamentos ou espaço físico, ante 15% no mês anterior. Questionados sobre a pretensão para abril, 91% dos empresários responderam que não investirão, resultado superior ao levantamento anterior, quando 84% fizeram a mesma afirmação.

Risco de fechamento

Em março, 96% dos empresários da categoria afirmaram que a crise econômica está afetando seus negócios e 75% declaram que o futuro de sua empresa está em risco. O presidente do Simpi, Joseph Couri, alerta para possível consequência deste momento de crise. “Está ocorrendo um agravamento geral, a pesquisa Simpi apresentou os piores resultados da serie histórica na maioria dos índices.

Se medidas não forem tomadas, as empresas não sobreviverão e há um sério risco de chegarmos a um estado de paralisia na micro e pequena indústria”.

A Pesquisa

O Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria de São Paulo, encomendado pelo Simpi e efetuada pelo Datafolha, é reconhecido como sinalizador de tendência. É importante salientar que 42% das MPIs de todo Brasil estão em de São Paulo.