Desemprego no ABC cai 0,5%

A taxa de desemprego total na região do ABC diminuiu em janeiro, ao passar de 10,9% para os atuais 10,4%, em movimento pouco usual para o período. A redução foi maior que a apurada na Região Metropolitana de São Paulo, onde a taxa se manteve estável (de 9,9% para 9,8%), no município de São Paulo (de 9,7% para 9,5%) e nos demais municípios da RMSP, exceto a capital (de 10,2% para 10,3%). As informações foram divulgadas durante apresentação da Pesquisa de Emprego, realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese, em parceria com o Consórcio Intermunicipal.

O contingente de desempregados foi estimado em 145 mil pessoas, 9 mil a menos do que no mês anterior. O resultado deveu-se à redução da População Economicamente Ativa (22 mil pessoas saíram da força de trabalho da região, ou -1,6%) em intensidade superior à do nível de ocupação (eliminação de 13 mil postos de trabalho, ou -1,0%). Esta foi a terceira maior redução do índice na série histórica; maior desde janeiro de 2003. O assessor técnico do Dieese, Thomaz Jensen, defende que a queda de maior magnitude do indicador está relacionada a fatores sazonais.

Na Região do ABC, o contingente de ocupados diminuiu 1,0%, passando a ser estimado em 1.247 mil pessoas. Setorialmente, esse resultado decorreu de reduções na Indústria de Transformação (-2,3%, ou eliminação de 7 mil postos de trabalho) – com destaque para o segmento metal-mecânica (-5,1%, ou -8 mil) – e nos Serviços (-0,4%, ou -3 mil), parcialmente compensadas pelo crescimento no Comércio e Reparação de Veículos Automotor e Motocicletas (1,5%, ou geração de 3 mil postos de trabalho). ‘’O comércio sofreu com oscilações durante o segundo semestre do ano passado. No entanto, em janeiro apresentou maior alta desde agosto (igualando a novembro). Este é um setor sensível e suscetível a grandes variações, ele precisa ganhar fôlego até a metade do ano já que há tendência de queda no segundo semestre”, ponderou.

Segundo posição na ocupação, o número de assalariados diminuiu 2,8%. No setor privado, reduziram-se os empregos com e sem carteira de trabalho assinada (-2,6% e -2,0%, respectivamente). No mês em análise, o contingente de autônomos ampliou-se em 3,5% e o de empregados domésticos retraiu-se em 4,2%.

Em janeiro, reduziu-se a média de horas semanais trabalhadas pelos ocupados (de 42 para 41) e manteve-se estável a dos assalariados (42 horas).

Entre novembro e dezembro, elevaram-se os rendimentos médios reais de ocupados (2,2%) e assalariados (2,5%), que passaram a equivaler a R$ 2.131 e R$ 2.200, respectivamente. Embora os aumentos estejam relacionados à redução dos níveis de ocupação, Jensen explica que a ampliação das massas de rendimentos de ocupados (1,5%) e assalariados (2,0%) são positivos tratando-se de um período incerto economicamente.