Serginho Chulapa, um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro, também não era muito de treinar mas na hora do jogo virava uma fera, seu nome era “Gol”.

“Craques” de hoje, podem ser comparados com os de antigamente?

Altevir Anhê

Altevir Anhê

30 de Agosto

Muita gente fala e afirma que já não se fazem craques como antigamente. Se falarmos em goleadores, nosso Rei Pelé conseguiria fazer mil gols, hoje?

Todo mundo sabe que a parte física e o intenso ritmo de jogo de hoje, suplanta e muito os de antigamente.

Antigamente, se o jogador, ou melhor, o boleiro, que fosse considerado craque, poderia não ter tantas responsabilidades, como, treinar intensivamente, levar uma vida regada fora dos gramados, mas se nos jogos fossem positivos, principalmente os goleadores, isso tudo era esquecido.

Hoje, se o jogador não for um atleta, treinar intensivamente, tiver uma vida caseira com muita descrição, se dedicar, lutar bravamente em campo, mesmo que seja um jogador de “prestígio”, não é aprovado pela Comissão Técnica, muito menos pela torcida. Os atacantes tem que marcar, os zagueiros e os goleiros precisam saber sair jogando. Antigamente, zagueiro era zagueiro, com raras exceções, atacante tinha que se preocupar apenas e tão somente em buscar os gols.

Serginho Chulapa, um dos maiores artilheiros do futebol brasileiro, também não era muito de treinar mas na hora do jogo virava uma fera, seu nome era “Gol”.

Os meias de antigamente, os considerados gênios, tinham o tempo necessário para pensar, olhar e fazer seus lançamentos para os atacantes, para os pontas, que ficavam sempre abertos esperando isso acontecer, hoje, se parar um segundo a bola no meio para buscar um lançamento, aparece seu marcador e trava a jogada. Será que eles jogariam hoje?

Hoje para o atleta ser considerado “craque”, tem que ter preparo físico adequado, excelente domínio de bola, buscar sempre estar desmarcado, visão de jogo, ajudar a marcar, manter seu peso ideal, e, se preparar adequadamente para evitar contusões, além de evitar desgastes com bebidas, baladas, cigarros e outras situações não compatíveis com o atleta de futebol.

Antigamente, era comum jogadores fumantes, que tomavam suas cervejinhas, dormiam “muito tarde”, o que não os impediam de entrar em campo no dia seguinte e jogar seu futebol, serem destaques e alguns fazendo gols, pois, o preparo físico não era tão exigido como hoje, a marcação era mais flexível e os jogadores tinham muito mais liberdade em campo.

A bola de antigamente era mais rígida, não alterava tanto sua trajetória.

Hoje, as bolas são à prova d’água, fazem curvas inesperadas, traindo os goleiros e os zagueiros.

As chuteiras super leves, em contrastes com as de antigamente, que eram pesadas e desconfortáveis.

Com certeza, hoje nosso Rei Pelé teria feito muito mais de mil gols, e alguns, “mal informados” dizem que ele não faria metade dos gols.

Ora, os nossos craques, já não existem, ou melhor, se existe, são poucos, muito poucos, o que antigamente tinha três a quatro craques em cada time grande do nosso Brasil, hoje, encontramos um ou dois no máximo no futebol brasileiro.

Saudades, do que acho que não volta mais!

Altevir Anhê

Altevir Anhê

Jornalista e um apreciador do melhor do esporte e comenta em sua coluna o que acontece no universo esportivo brasileiro.